SAIU CORRENDO
Cheguei de viagem e algo me chamou no templo. Fui. Chegando na casa de Seta Branca estava tudo normal. Limpei a cruz do caminho pelos sabiás que trazem gravetos para seus ninhos.
Dei uma volta por todo o templo e nada.
Achei que era um aviso falso. Ao sair do templo um espírito de um homem negro de uns 50 anos saiu correndo. Sorriu pra mim e subiu pela rua de acesso ao vale. Ele estava com uma camiseta marrom cor de barro. Uma calça marrom escura. Parecia estar enlameado. Não transmitiu medo, somente estava esperando a abertura dos trabalhos.
Eu fiquei observando ele subindo pela estrada.
Lá de cima acenou e gritou: não se lembra de mim?
_ Não!
Gritei mentalmente.
_ Sou eu, Serginho!
Serginho?
_Sim!
Serginho é um doutrinador que desenvolveu sua missão comigo, mas sua profissão mecânica de estrada o levou para longe daqui.
Fiquei um tempo acompanhando ele indo embora.
Vejam, meus irmãos, como a vida é algo surpreendente. Eu não esperava esta visita.
Quantos anos sem dar notícias.
A verdade é que nunca estamos preparados para saber.
Minha vida é assim. Não tenho escolha. Tenho que estar na força do jaguar. Tenho que me aceitar para não sofrer as provações da mediunidade.
Ser médium não é uma escolha, é uma missão.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
03.11.2025