VISITA

VISITA
Ao sair pelos campos do nosso destino eu fui visitar um antigo morador desta cidade onde o templo está localizado. Chegando em seu destino eu tive boa recepção. Estava bem velhinho por sua caminhada neste mundo. Havia um casal tomando conta, mas as indiferenças foram quebradas.
Ao conversarmos abertamente sobre o futuro das relações entre a terra e o céu, eu vi que ele ainda não encontrou seu caminho. Está preso ao karma querendo resolver para ir embora sem estar amarrado aos problemas que ele mesmo criou.
Pai Seta Branca tem muito respeito por este senhor. Ele é seu filho que não quis aceitar este sacerdócio. As coisas poderiam ser muito diferentes caso ele tivesse caminhado com esta missão. Não haveria desencontros e sim perspectivas futuras. O destino é algo incrível que une ou afasta as pessoas, principalmente quando a cabeça está voltada mais para a terra.
Eu esperei sua companheira que desencarnou muito tempo atrás. Não veio. Ela era missionária deste amanhecer. Ela ainda guarda sentimentos ruins da vida que teve com ele. Era muito autoritário e sua palavra era lei.
Agora eu vejo um pobre homem sem força para romper seu véu. Estava muito magro e sem energia para se sustentar.
_ Há se eu pudesse voltar no tempo eu faria tudo diferente! Faria de minha família um oasis de amor e respeito! Reneguei minha missão, reneguei o caminho da verdade! Eu, no encerramento desta súplica solitária, venho te entregar meus respeitos com ternura! Meu Deus! O que foi que eu fiz? Perdoe-me!
_ Salve Deus!
Ele me recebeu com muita gentileza e eu retribui com minha presença. Na terra, os homens pensam que são donos do mundo. Não sabem eles que onde tudo começa é onde tudo acaba.
A relação contemporânea é um fato vivido em outras vidas. Como na França em que os velhos imperadores voltaram por não saberem amar. Reencarnaram sem as lembranças dos fatos registrados no grande pergaminho que juraram e não cumpriram. Ele foi selado com sangue da existência humana. Tudo que se registra não se apaga jamais.
Assim foi uma iniciativa de irmãos. Eu nada tenho contra ele. Respeito sua honra, mas os círculos foram quebrados por cúmplices do seu destino karmico.
Eu esperei que sua companheira viesse neste reencontro. Fiquei até que o sol brilhasse sobre a terra.
Recebi dele uma muda de roseira para plantar em seu nome. Fiquei muito feliz por este momento de paz e harmonia.
Voltei trazendo meu presente. Vou plantar no jardim de Iemanjá. Ali as rosas crescem sem que as formigas cortem suas folhas.
Quando na terra não temos humildade para compreender as coisas na hora da morte, nós pedimos compaixão pelos nossos atos. Somente quando somos chamados pela consciência extra física é que lembramos de nossas falhas. As conquistas de nada adiantam no pesar dos olhos. Quem não tiver merecimento nada encontrará no pós morte. Eu diria que não é desencarnar pois não acredita na vida além desta. É uma morte seca sem justificativa para poder compreender seu caminho.
Somente a caridade pode evoluir um encarnado. Não adianta pensar somente em riqueza material, ficar rico e ter sua alma pobre. Ao chegar do outro lado sem nada da terra verá que não fez seus deveres perante o que Deus esperava.
Não tem jeitinho. Não se pode enganar o criador, pois ele habita em nossos corações.
A vida é uma escola que tem muitas repartições. Cada um escolhe o seu roteiro e vai trabalhar para merecer.
O sol brilhou e mais um dia começou. O ciclo registrou mais um ano nesta escola das escolhas. Eu escolhi meu caminho nesta missão que me faz bem. Eu sou o que sou pela fé em acreditar que tudo tem sua profundeza explicada que reage nas notícias do além. Muitos vivem somente pela terra e poucos conseguem viver pelo céu.
A missão deste amanhecer uniu o céu com a terra. Formou um novo caminho para desatar os nós dos destinos.
Somente a verdade nos salvará das complicações karmicas.
Parabéns a todos que já são formadores de opiniões.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
“23.08.2025”

Vale dos Deuses 1985