INGAMORRA E INGAMOR

INGAMORRA E INGAMOR
Dois reinos distantes, duas tribos, uma festa.
Foi muito bacana receber este povo feliz aqui no templo.
Eu tive que me deitar um pouco. Algo estava me incomodando ou acontecendo que me chamou para despertar minha consciência. Ao sair do físico comecei a ver muitos espíritos chegando com suas caravanas, descendo a rua que dá acesso ao templo. Eram ciganos de Ingamorra e Ingamor. Eles vinham cantando a alegria que foi contagiando este solo sagrado. Muito bonito e muito sinistro ao mesmo tempo, porque eu não esperava esta visita.
Ao descer para o templo, espirito, eu fui recebê-los na casa de Seta Branca. Porém, eles não estraram, porque estavam em festa e dentro da casa do pai eles teriam que cumprir as regras do amanhecer.
A festa continuou do lado de fora. No templo muitos espíritos já estavam esperando o inicio dos trabalhos. Eu vi os jaguares daqui tendo o maior cuidado para não sair da contagem. Uns queriam trabalhar e outros ir para a festa.
Não há como dividir entre o Deus Dionísio, Baco, e Seta Branca o Grande Simiromba de Deus. Popularmente Baco foi ligado à bebida, vinho, festas e loucuras.
Este povo que veio aqui ao meio dia, eles vieram conhecer de onde partia tanta devoção ao compromisso espiritual. São dois reinos distantes da terra que somente em pensamento podemos alcançar.
Observando as reações de cada movimento dentro desta seara eu tinha uma preocupação de não cair nos desvios de conduta. O povo sempre quer festa e não obrigação. Sem obrigação nós não cumprimos com nossas juras transcendentais. Sem festa caímos também no ostracismo de Atenas para com os políticos. Aqui Punição para que não gostasse de festa era ser banido ou exilado como castigo aos seguidores de Baco.
Como agir neste momento com a cultura de um povo perdido entre festas pagãs e responsabilidade espiritual. Aqui entra a famosa lei do livre arbítrio e de causa e efeito. Você escolhe seu caminho e seu destino.
A verdade é só uma: quem somos nós nesta missão que completa um ciclo existencial com seus pés fora das amarras do tempo.
Ao ver esta festa eu preferi ir ao templo. Dar assistência aos espíritos que já esperavam para serem atendidos. Chegou uma mulher que faz parte do roteiro de minha família. Ela veio trazendo outra moça que precisava ser atendida no vale. Não vou citar nome para não perder o roteiro desta história. Eu as atendi aqui em casa antes de ir ao templo.
Nós já atendemos muitas pessoas em nossas personalidades orientando e evangelizando, colocando o bem acima do mal. Isso também é missão, também é esclarecer as pessoas que mesmo perdidas em seus lamentos tem algo bom dentro delas.
Quem é de Baco vai ser sempre festivo e quem é de Simiromba vai sempre ser o missionário. Não podemos julgar os corações, podemos sim, participar desta organização espiritual dando a cada um o esclarecimento da verdade.
Assim estas caravanas desceram com suas carroças cheias de uvas. Vieram festar, vieram trazer alegria. Ao me levantar, ainda tonto, centrei meus pensamentos para esclarecer quem precisa ser esclarecido.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
19.08.2025

Vale dos Deuses 1985