CHICO
Encontrei o Chico.
Ele está em um albergue em recuperação.
Subimos, todos, de minha família e chegamos no albergue que fica no canal vermelho. Fomos fazer uma surpresa para ele que desencarnou a alguns anos.
Ao chegar, era noite, os costumes da terra permanece com o espírito. Ele estava deitado com mais dois espíritos que eu não conhecia, porque dividem o mesmo espaço. Na recepção soubemos a localização dele. Uma mulher foi com um candeeiro na frente indicando o caminho.
Neste aposento ele estava dormindo agarrado a um adolescente como se fosse um filho. O outro desfalecido dormia profundamente.
Minha filha falou:
_ é este daqui, é o Chico!
Dei uns toques em seus pés para acordá-lo e depois de esperar ele levanta sua cabeça.
Sua vestimenta era um como um pijama ou túnica meio esverdeado com azul.
_ Quem são vocês!
Ele não nos reconheceu. Fomos relembrando aos poucos para não lhe causar pânico ou ansiedade.
Ao se levantar conversamos bastante e isso foi abrindo sua memória já travada pelo esquecimento.
_ vamos Chico, vamos embora, viemos te buscar!
Ele sorriu, mas ficou em dúvida.
_ Para onde eu vou!
_ Você vai para sua origem!
Neste momento ele se entristeceu porque deixaria seus novos amigos que formou neste albergue.
_ Eu não quero ir! Quero ficar aqui! Aqui eu tenho tudo que preciso!
_ Chico! Seu tempo aqui não pode passar de sete anos terrestre!
_ então eu tenho alguns anos para decidir!
_ Sim! Agora não saberemos se vamos te encontrar novamente!
Aos poucos sua memória foi abrindo.
_ Tio, Tia, meninas!
O choro sufocou seu coração.
_ Como estão todos! O que vieram fazer tão longe da terra! Como está minha família!
_ eu acho que estão bem! Eles nunca mais deram notícias!
_ Agora a escolha é sua se vai seguir ou se vai ficar!
_ vou ficar! Não vou abandonar meus amigos!
Entendemos seu pedido e nosso tempo neste mundo é bem curto. Muita energia é dispensada pra poder ultrapassar a barreira quanto mais levar junto a família. Foi uma viagem interessante. Foi como chegar ao mundo dos espíritos sem ter certeza de encontrar quem procura.
Os espíritos viajam na cápsula do tempo. É um espaço criado pelo magnético da aura. Todos comigo na mesma sintonia. É como abrir uma porta para chegar onde nossos pensamentos vão.
Nos despedimos dele e da governanta deste albergue desejando a ela muita força para administrar este lugar. Ao penetrar na dimensão escura nossos olhos só foram clareando quando chegamos na crosta da terra.
Assim que entramos na aura terrestre os viajantes desta missão foram entregues de onde partiram.
O que me assustou foi de ver o Chico muito acabado, sem energia, convalescendo de sua partida.
A minha corte foi muito essencial nesta viagem.
Na terra somos missionários deste amanhecer e trabalhamos juntos para despertar os espíritos. Eles precisam seguir seus destinos. Não podem criar raízes nos albergues. Lá é somente a transição espiritual. Quando desencarna sem merecimento fica vagando sem rumo e sem lugar para descansar.
Mãe Yara quem o trouxe e o colocou neste albergue. Ele estava a um passo de Anodai.
Houve uma transfusão energética necessária para lhe dar forças. Sua decisão em ficar é o seu livre arbítrio.
Graças a Deus deu tudo certo. Missão cumprida.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
30.06.2025
