ESPÍRITO DE PALHA

ESPÍRITO DE PALHA
Ao voltar a me deitar eu vi um espírito vestido de palha saindo do meu quarto. Vi quando ele foi e voltou trazendo um ramo de palha em suas mãos.
Fez um gesto simbólico de reverência baixando seu corpo e sua cabeça esticando seus braços para frente. Eu peguei o ramo e agradeci.
Fui convidado a ir com ele até um lugar do velho mundo onde os Orixás foram enterrados. Não havia ostentação e sim um terreno de barro esfregado, polido. Era um terreiro secreto dos antigos senhores da magia.
Eu observei a humildade deste lugar porque toda riqueza da terra termina onde tudo começa. Viemos sem nada, nem roupa, nem bens e ainda podemos ter pais ou mães que vão nos amar ou nos abandonar ao destino karmico. Como diz na contagem onde reformulamos no canto da procedência de koatay 108 o pedido para esclarecer a verdade.
Para mim era um cemitério dos Orixás que eram muitos poderosos dentro da sabediria neutra onde transformavam pedidos em realidade. Eram o sonho de muitos na conquista da materialização horizontal.
Eu entendi neste gesto a simplicidade do amor que devemos retribuir para almejar um futuro melhor para todos. Não adianta ter riquezas e o seu irmão viver na pobreza. Ele sempre irá desejar o que foi conquistado e com isso vai gerar uma energia negativa. O problema é que ele estacionou na sua evolução enquanto outros foram buscar na luta diária a recompensa do trabalhador.
Um grande Orixá feito de palha. Seriam as mesmas palhinhas que são distribuídas por Seta Branca nos templos do amanhecer!
Simplicidade de um espírito das alturas.
Antigos espíritos dos oráculos que descrevem a humanidade nos seus anos milenares.
Vocês não podem subir ao oráculo carregando a cruz da imperfeição humana. Somente o espírito liberto de sua dor pode abrir os portais que separam a terra do céu.
Eu recebi aquele povo e recebi a gratidão do Orixá.
Tenho muita vigilância comigo mesmo para não trocar a bondade espiritual pela vaidade emocional. É muito fácil ser enganado ou trair a verdade, basta deixar o basto brilho encher as lacunas do coração. Com o coração pesado nossos olhos não conseguem enxergar o caminho. Podemos estar caminhando em um abismo ou em uma planicie. Tudo depende do nosso entendimento.
Ser mestre é tirar sua viseira karmica e buscar o que desconhece para se unir ao seu mundo astral. Conhecer para respeitar as personalidades e as individualidades.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
01.06.2025

Vale dos Deuses 1985