REGISTRO ESPIRITUAL

REGISTRO ESPIRITUAL
Chegaram, sim, vieram de várias partes destes mundos de Deus.
Fomos escolhidos para receber esta família de espíritos que reencarnaram separados. Uns da terra com os do céu.
Estávamos, eu com meu povo, se preparando para dar início aos atendimentos quando fomos surpreendidos por eles. O templo ficou pequeno para tantos espíritos. Eu estava abrindo a junção das forças teluricas com as divinas. Seta Branca encaminhou para cá porque seria necessário registrar este momento. Somente se faz registro quando alguém tem consciência extrafisica.
É como na terra onde tem alguém para registrar afirmando que tal pessoa passou por ali. Como na cura onde o registro é para dar continuidade ao tratamento entre o físico e o espírito.
Quando chegaram eles estavam desorganizados. A reencarnação separa os espíritos que mesmo vindo para este reencontro ainda não se reconhecem. Foi muito preocupante, porque livres do corpo físico não entenderam a verdade.
Eu não sei de onde vieram, somente vieram.
Ao abrir este portal houve muito interesse deles que não tiraram os olhos de nós. Uns não paravam quietos se movendo de dentro para fora do templo espiritual. Dentro estavam seguros, lá fora seriam presas fáceis dos mundos inferiores. O templo espiritual é como uma clareira em meio ao espaço etérico. Um campo de força cria uma redoma que separa este mundo dos demais.
Eu tive que registrar para acentar no livro dos vivos esta passagem.
Naquele momento minha ninfa recebeu sua indumentária sobre sua aura. Os demais jaguares deste amanhecer estavam de honra e guarda para a chegada do Espírito Santo.
Vocês não podem nem imaginar o que foi esta madrugada.
Aos poucos suas memórias foram se abrindo e se aceitando como irmãos. Vejam como a cultura do sono apaga as lembranças do passado. Uma grande família separada pela reencarnação.
Tem certas coisas que transformam nossas vidas para melhor. Este amanhecer de Seta Branca é o ponto crucial para resgatar as origens que perderam seus vínculos.
Quando tudo estava certo e eles já estavam se abrindo eu tive que fechar esta viagem. Uma dor no meu pescoço no físico estava insuportável. Pedi perdão e eles foram levados para seus destinos.
Voltei. Nossa que agonia. Trei o travesseiro para me recuperar da dor. Nada. Fui obrigado a me levantar para recompor meus três reinos.
Porém o que foi feito está feito. Agora cada um já se reconhece por seus caminhos que logo se reencontrarão na terra. Aos poucos a saudade os unirá. Saudades deste momento será como chamariz para eles se buscarem.
É como nós que de vez em quando sentimos uma saudade sem explicação. Ficamos respirando fundo tentando achar o motivo. Ao chegarem em um templo os mentores dão oportunidade deste trabalho mediunico para acalmar o coração.
Muitas realizações acontecem sem haver o registro espiritual e vocês sabem o porquê: não tem um médium que faça isso.
A capacitação de um médium dinâmico é muito difícil porque todos chegam com suas mediunidades travadas. Os que tem já nascem com ela aberta. Como no caso de tia Neiva.
Eu sirvo a um propósito específico que Seta Branca confiou. Sou muito cobrado por minha mediunidade. Aonde eu for ou estiver tenho máxima atenção nos fenômenos paranormais que acontecem. Ser jaguar é saber se comportar diante de uma espiritualidade que não dorme de toca. Atenção redobrada.
Viver na terra ou viver no céu são caminhos distintos, agora viver em ambos é ambíguo.
Ninguém sabe ou tem certeza para falar uma verdade desconhecida. Só no dia do ajuste final, das últimas nuvens, o ser humano reconhece seus erros. Muitas vezes não dá nem tempo para refletir.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
13.05.2025

Vale dos Deuses 1985