TERRA NATAL

TERRA NATAL
Eu tive a felicidade de rever meus amigos.
Ao regressar para minha origem, minha terra natal, os amigos estavam fazendo uma recepção. Todos estavam com seus rostos tampados, disfarçados, para que eu descobrisse quem era quem. Ao chegar nesta reunião eu tive que ir um por um e desvendar seu nome.
Cada um tinha uma máscara diferente e vestimenta que não demonstrava quem era.
Ao chegar na individualidade eu o sentia pelo cheiro, sim, cada espírito se diferencia pelo seu odor peculiar de ainda encarnado. Teve muitos ali que já estavam desencarnados, por isso a cautela.
Eu deixei um amigo por último e me sentei atrás dele. Seu apelido era Ninho. Todos ficaram me olhando esperando eu descobrir. Sabem, eu fiz um pequeno teatro e aos poucos ia falando as qualidades. Ele estava tão escondido nesta fantasia que eu queria manter esta amizade para sempre.
No final eu disse: é você Ninho! Ele se virou sorrindo e me deu um abraço.
Foi bom, eu gostei, foi algo diferente. Assim eu tive mais uma lição, nunca criei barreiras que te impessam de ser feliz, de levar e espalhar felicidade.
Muitas vezes nós nos deixamos contaminar pela terra e nos aprisionamos neste caminho se distanciando da verdade. Muitas vezes temos que voltar por amor ou pela dor para refazer nosso destino. Esta viagem foi por amor. Ali, mesmo em mundo distante prevaleceu a fé em Deus. Meus amigos e familiares do passado me recebendo em seus corações.
O bom filho sempre a casa retorna.
Nesta cidade, mesmo que eu tenha vivido até os 15 anos, os espírito que desceram comigo ainda estão ali. A responsabilidade em levar a luz do evangelho é uma consequência da minha missão espiritual. Muitas portas foram fechadas para que eu não voltasse à minha origem encarnatória. Eu fui cerceado em minha obra, porém a verdade vai cobrando dos autores o preço das suas atitudes.
As vezes somos colocados no paredão das inverdades para descobrir os pensamentos. Ser missionário é viver o seu mundo e não o mundo dos outros. É ensinar sem participar. O mesmo caminho do mestre Jesus: “Meu reino não é deste mundo”.
A terra é somente um porto feliz para os reencontros dos viajantes deste mundo espiritual. Aqui pelo amor ou pela dor nos reajustamos, nos cobramos, perdoamos ou nos separamos. Se não tivermos a capacidade de entender os segredos é porque não damos valor para nós mesmos. Não é só viver esta terra e esquecer que um dia terá que voltar de onde veio. O problema que sem bônus da verdade nunca subirá para as mansões etéricas. Como desta viagem em que a mansão etérica abriu suas portas sobre esta cidade. Diferente do habitual. O mundo espiritual desceu abrindo as mentes e os corações. Eu, pela primeira vez, vi algo esplêndido, algo que me foi anunciado. Foi por este motivo que eu fui até Irati, Paraná. Fui porque estava acontecendo um evento diferente. Fui para registrar e anunciar o motivo da sobreposição de um mundo invisível sobre outro visível. Para quem não vê, não acredita, nunca saberá a realidade. Acho que por isso sou chamado em muitos lugares para registrar os eventos invisíveis.
Ser missionário é saber viver em dois mundos. É saber diferenciar os caminhos. É dar oportunidade também do espírito se evoluir. A evolução material na terra é um prolongamento da evolução espiritual.
Como eu disse:
“Um povo pobre gera pobreza. Um povo rico gera riqueza”.
Quando os espíritos são pobres, sem conhecimento, sem a luz do Evangelho, eles são vítimas das suas imperfeições. Temos somente dois caminhos neste convívio humano: um que leva a Deus e outro que não leva. Positivo e negativo. Direita ou esquerda.
Por isso escolha aquele que lhe convier sabendo que lá na frente terá que olhar para trás na eterna despedida. Se tiver tempo de refazer suas escolhas faça, mas faça consciente para mudar o desfecho de um final.
Lembrem-se, nós estamos somente de passagem. Se visitem. Visitem suas origens que precisam conhecer o verbo divino. Muitas vezes vocês reencarnaram por somente um motivo, ajudar sua alma gêmea a se reencontrar. Muitas famílias espirituais não seguem para suas origens por um único filho estar encarnado. Sempre alguém preocupado pede a Deus para descer e se reencontrar com o elo esquecido. Quando os dois se reencontram logo voltam para casa.
Isso aconteceu em uma breve história de Tiãozinho e Justininha. Almas gêmeas. Neste reencontro não sabemos quem veio buscar quem.
Levei um cutucão para fazer relembrar deste casal. Como é lindo quando duas almas tem o merecimento de resgatar suas origens e se dedicar a resolver os problemas das famílias e dos amores distanciados pela ignorância humana.
Tudo seria melhor se pudessem escolher a evolução da involução.
A terra ainda é um planeta karmico e pesado. Somente os fortes sobreviverão.
Muita luta, muitas guerras, muitas ilusões. Um sonho desfeito pela necessidade de viver.
Assim foi esta viagem. Se não puder construir o amor no coração do próximo não destrua os sonhos dele. A pior coisa são as injúrias que como pedras se acumulam no caminho. Cada ser encarnado tem um objetivo e ninguém pode se dizer dono dele. A felicidade está no tratamento e não na convivência.
Quantas vezes choramos um amor não compreendido. Quantas vezes sorrimos ao reencontrar os velhos amigos.
Sejam simples que a vida irá sorrir de dentro pra fora.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
30.01.2025