PEQUENOS DETALHES

PEQUENOS DETALHES
A vida nas vidas a se amarem.
Eu fui acompanhar meus irmãos nesta viagem a casa grande. Não fisicamente, mas espiritualmente.
Chegando lá tive o reencontro com meu velho contemporâneo que há muito tempo não nos víamos. Ele não me esperava, mas eu quebrei as correntes que amarrava pela distância.
Ele estava num lugar em que as águas corriam em volta da imagem de Seta Branca. Ao chegar conversamos sobre esta parte delicada da missão. Logo ele me levou até onde surgiu um problema que o separava dos demais. Ele mesmo construiu uma cerca, porém ela foi feita de madeira. Como era frágil, madeira de balsa, não aguentava a interferência externa.
Eu já dominava este caminho trazendo do Egito o conhecimento da construção. Fui detalhando como fazer um projeto, como fiz para tia Neiva. Entreguei em julho de 1985 para ser implantado na terra. Esta maquete era revolucionária trazendo um charme especial ao povo de Seta Branca. Especialmente porque marcava uma geração de arquitetos do espaço.
Eu sou um missionário e não deixo de cumprir com minhas obrigações.
Ao acompanhar meu povo nesta viagem eu pude rever também os que ficaram esquecidos neste emblemático mundo de suspensão.
A vida espiritual é assim: ou você pega carona ou você dá carona. Entenderam.
Eu não preciso de carona, mas fui na aura acompanhar esta missão.
Falei com o jaguar que me cumprimentou com sua mão esquerda. Ele mora na grande casa, mas não casa grande. Foram esquecidas as divergências criadas pelos velhos falecidos de outrora. O mundo não foi feito para guardar rancor e mal grado. Os desentendimentos são fatores de renovação para se construir um mundo melhor. Vejam. No caso dos espíritos que ainda estão remoendo suas falhas eles continuam presos às suas involuções. Nós quebramos as barreiras dando a cada um deles um destino.
Ao mudar a curvatura desta serpentina eu desfiz a separação. Não temos mais reis ou imperadores. Temos missionários representando um poder. Digo: representando. Não somos donos do poder, mas nos foi entregue como meta.
Aqui se liberta ou se escraviza. Estava somente criando mais dividas e dúvidas.
Abracei meu irmão. Deixei meu respeito pelos velhos tempos onde minhas filhas foram acolhidas para que eu recebesse a condição de mestre.
Tia Neiva tinha uma grande preocupação em mudar os destinos dos seus filhos. Tudo que foi possível fazer ela fez. Até comprando vidas diante da morte. Pagava com seus bônus para evitar desencarnes.
Quantas vidas ela salvou.
Tempos gloriosos convivemos com sua presença na terra. Muito simples e alcançável. Não havia barreiras ou cercas. Havia amor. Geralmente nós construímos nossas cercas nos isolando dos demais. Talvez pensando em não dividir o pão do conhecimento que Jesus deixou sobre a mesa. Quem conhece tem o dever de ensinar e quem desconhece os sinais do tempo no templo tem obrigação de aprender. Estudem para não ficarem para trás. Sejam mansos e pacíficos.
Eu não espero que se lembre deste reencontro, mas espero que sejamos amigos. A brutalidade do coração separa a bondade. Como ele estava sozinho, sem os influenciadores, foi mais fácil dialogar.
As influências são como espinhos afiados que se tornam joguetes das ilusões. Escutem Deus no coração.
Escutem seus espíritos.
Fechei mais um livro e voltei para meu mundo.
Lembrando. Esta madrugada meu irmão que viajou veio conversar comigo. A grande realidade é dos espíritos. A terra é somente como um livro de registros, de anotações.
Meus respeitos com ternura.
A mesa está posta.
Sirvam-se!
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
05.01.2024