ESPÍRITOS
Na festa de Natal um espírito veio conversar comigo. Só que eu não sei falar em japonês e não sei o que ele quis falar.
Seu neto estava ali na festa e o recado era pra ele. Como eu iria falar algo sem conhecer a pessoa. Engoli seco, mas o espírito falava em tom agressivo como se eu tivesse que falar.
Fiquei em silêncio somente observando a festa. Geralmente eu não consigo me entrosar com os vivos tendo os mortos em volta. Então é melhor calar que criar embaraços.
A vida missionária não consegue unir dois mundos distantes em pensamento. Tudo porque os encarnados vivem somente a terra. Eu sinto muito as vezes que estou só, porém mesmo estando dentro de um convívio humano os espíritos se aproximam. Eles querem se comunicar com seus entes queridos e acabam entrando no circuito mental. Mental que falo é a mediunidade. Quanto mais aguçada mais espinhos aparecem. Muito difícil é a vida de um médium que detém o conhecimento da morte.
O significado da evolução é entender seu lado espiritual. Cuidar do seu espírito como sendo a maior dádiva que recebeu de Deus.
O japonês ficou muito brabo comigo como se eu tivesse que falar ou fazer o que ele queria. Salve Deus!
Como disse o grande mestre: o meu reino não é deste mundo.
Apesar de estar encarnado eu me sinto até muitas vezes desencarnado. Não morto, mas sofrendo a multiplicade do eu.
São dois caminhos diferentes que se cruzam pela eternidade.
Viajar é bom. Espairece a mente. Tudo se renova nesta terra. Porém quando o espírito viaja é muito diferente. É algo sem limite. Algo além das conjecturas habituais.
Eu saí da festa como entrei. Nada de interferir no destino desta família.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
27.12.2024
