DEFICIÊNCIA
Neste mundo todos os espíritos eram deficientes e ninguém era desocupado.
Ao penetrar neste lugar não pude deixar de observar as necessidades que cada um tinha. Ou era no físico, mãos, pés ou era nos olhos, ouvidos e boca, ou tinham transtornos diversos que os separavam dos demais.
Eu não imaginava a existência destes espíritos e o porque sofrerem com suas incapacidades. Mas não foi bem assim, apesar de serem excluídos eles não se abatiam pela degeneração espiritual.
Era uma cidade só deles, um mundo de sobreviventes dos compromissos não resolvidos.
Andei e andei. Onde eu chegava era bem recebido. Eram vendedores. Ao chegar para ver o que vendiam eu não achei nada que me interessava. No final um dos atendentes veio com uma caneca azul para lhe ofertar doação. Ele era cego, mas tinha outro ao seu lado surdo que o ajudava. Vejam bem, o surdo ajudava ao cego. E assim todos se ajudavam de alguma forma a vencer seus obstáculos. Não havia limites.
Coloquei um bônus dentro da caneca.
Aqueles espíritos se mantinham unidos pela necessidade. E é isso que observei muito.
Andando fui aprendendo.
Ainda não tive respostas desta viagem. Nem sempre temos respostas que procuramos. Nem tudo nos é explicado.
Voltei.
A vida é algo emocionante de viver quando temos respostas que abastecem nossos ideais.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
26.12.2024
