PRINCESA PLEBÉIA
Reencarnou como princesa trazendo no seu destino como plebéia.
Nós somos o que pedimos a Deus.
Voltei muito carregado desta viagem. Carregado de motivos alheios à minha vontade.
Estou ruim. A energia descompensou meu espírito.
Ao chegar neste reinado a princesa queria viver a sua pobreza. Somente assim poderia pagar seu karma. Fugia todas a noites para corrigir a distorção que a trouxe para este reinado.
Eu, às vezes me pergunto, até onde posso ir.
Meu primeiro passo foi na aldeia onde era para ela estar. Um jovem sonhador vibrava o seu coração deixando a donzela ainda mais sensível. Eram duas almas gêmeas que o destino separou. Ela queria ser pobre e ele rico para viver o seu grande amor.
Tentei harmonizar aquela cena para que a morte não chegasse.
Só por Deus! Só por Deus!
O castelo sombrio emergia no alto da elevação. Ao redor as sombras corriam cruzando o espaço sem se reconhecerem.
O que eu vi foram imagens distorcidas da verdade. O que me impregnou foi a energia esparsa que ficou no meu caminho.
A princesa plebéia e o príncipe encantado. Nunca daria certo a união destes dois. Almas gêmeas com destinos desiguais. Riqueza e pobreza.
A separação deles é a dor que juraram passar.
Aqui na terra tem muita gente pagando coisas que pediu sem ter certeza do que pediu.
O nosso karma é o segredo dos espíritos.
Chega. Já fui muito além das minhas forças. Se eu não voltasse poderia ficar preso nesta dimensão. A ligação nos aproxima dos mundos desconexos da nossa realidade de hoje.
Eu tenho muito que fazer para poder merecer os encantos do amanhecer. Alma livre, pendão da esperança.
Quando chego de uma viagem como esta, trago muitas influências boas ou ruins. Meu eterno companheiro que nunca me traiu. Este sim é um verdadeiro cavaleiro e cavalheiro.
Eu me sinto protegido por sua espada que brilha no etérico plano divino.
Sejam sempre amigos dos seus espíritos porque eles são os amigos mais importantes de sua jornada. São eles que vão à frente abrindo os caminhos. São eles que lutam no imperceptível mundo invisível.
Hoje eu posso dizer com certeza: eu sou um cavaleiro das minhas obras. Estou construindo um pequeno império no mundo do jaguar. Aqui na terra tenho muitas lembranças do passado das minhas dinastias, de quem fui e o que preciso ser.
O grande pêndulo gira em torno do destino segurado pelas mãos do criador.
Voltei. Estou necessitando dos trabalhos na casa de Seta Branca para desimpregnar o acúmulo destas energias. O equilíbrio mental e espiritual está na caridade. Uma troca de energia. Doar para quem nada tem. Mesmo sendo negativa, ela serve para alimentar os espíritos. Nada se perde, tudo se transforma.
Tem espíritos sofrendo muito e quando chega um pouco de alimento é uma grande festa.
A festa dos pagãos. Mesmo recebendo pela caridade ainda se desentendem querendo mais e mais. Não muda nada da terra para o espiritual. Uns logrando outros.
Vamos na frente que atrás vem gente. Nós temos um fiozinho que nos liga ao passado. É por ele que prestamos conta dos nossos atos.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
06.12.2025