CIDADE NOTURNA
Uma grande cidade. Algo diferente do ponto de vista humano. Era a cidade dos espíritos.
Eu fui conhecer os enredos da noite. Nesta cidade os espíritos vivem suas noites como os encarnados vivem seus dias de luz.
Andei pelas ruas, dentro de coletivos, observei os carros, entrei nas lojas e digo: é um mundo paralelo.
Um comércio sem que os encarnados tenham conhecimento deste mundo invisível.
E não são poucos os frequentadores deste mundo. A rotina é desde que o sol se põe até o nascer do outro dia.
No coletivo era como no transporte diário levando as pessoas de um lado para outro. Empilhado de espíritos.
Eu até não acreditava no que via. Diferente no meu ponto de vista. Por isso que o conhecimento é muito importante porque abre as nossas visões de outros sistemas, outros mundos.
Ao viajar nós deixamos um mundo ainda vivendo as experiências animais para viver o espiritual.
Encontrei um espírito de um homem vestido com um terno azul. Não fazia muito tempo que desencarnou. Ainda estava com o cheiro da morte. Alto, encorpado, moreno claro, com bigode, mas sem barba. De pé ele segurava no ferro acima da sua cabeça. Olhar fixo para a janela. Parecia hipnotizado, pois não se mexia. Alguns encarnados estavam dentro do veículo dividindo espaço.
Saindo deste ônibus parei em uma avenida cheia de bares. Ali foi algo inusitado. As pessoas bebendo e os mortinhos saboreando. Eles bebiam o vapor do álcool que exalava pela boca. Outros sugavam o ectoplasma dos póros. Quando uma pessoa ingere álcool ele aumenta a circulação do ectoplasma no sangue que vai sendo eliminado pelo suor. Os irmãozinhos sugam através das auras àquele catarro esverdeado. Quando o ectoplasma sai pelos póros ele tem uma cor esverdeada escura e depois com o contato com o oxigênio vai escurecendo como uma sombra sendo vaporizada no ambiente. Muitos ambientes se tornam pesados pelo excesso desta energia.
Um pouco de sal no braseiro para defumar seu lar. Eu também não sabia desta combinação do sal na brasa com a mescla. Não me explicaram, somente me ensinaram.
Quimicamente ainda não sei o significado e teor desta junção de dois conteúdos diferentes.
O sal na linguagem espiritual é conhecido como fogo etérico.
Muitas coisas não temos respostas. Só fazemos para amenizar as interferências que os espíritos constroem nos nossos caminhos.
Outra coisa importante: não se tornem fanáticos pensando ser tudo espiritual. Nós temos duas vidas que todos já conhecem. O importante é saber distinguir em qual delas estamos vivendo. Terra ou céu.
O fanatismo é como um subterfúgio para os erros humanos. Tudo é culpa dos espíritos. Ninguém assume seus erros, sempre a culpa é dos vizinhos.
Dosar nossa experiência. Saber que estamos em um campo de pesquisas.
Não se percam em seus compromissos.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
26.11.2025