MEDO DA MORTE

MEDO DA MORTE
voltei, sim, mais ou menos 200 anos nesta vida que se ligou no destino mediúnico.
Eram colonizadores, pessoas que estavam atrás de terras para assentarem seus ideais.
Uma vida difícil, porém o tempo é o senhor da força e da coragem.
Uma tradicional família de imigrantes que saíram de suas pátrias em busca de novos horizontes.
O pedido que chegou foi para anunciar a luta que tiveram neste caminho para estarem aqui. O tempo não mede distância. Duzentos, trezentos anos, é como virar a página de um livro para contar suas histórias.
Vestidos originalmente com tecidos confeccionados a mão costurados com delicadeza feminina, enquanto os homens carregavam as pedras e madeiras retiradas da floresta.
A clareira aberta facilitou o plantio das sementes secas que logo germinariam trazendo alimento para todos.
As construções cobriram as cabeças dos sonhadores. Medo! Medo de que! Medo de enfrentar a vida! A morte é uma caixinha de surpresa. Em fileira diante da visão etérica compondo um desejo de voltar ao destino.
Qual destino! Partida ou chegada!
Foi um desdobramento espiritual atravessando a cerca imaginária que separa mundos distantes. No campo da consciência espiritual não difere quem é quem. É como agora que estamos aqui e amanhã estaremos só na memória dos pensamentos.
Voltar no passado para alimentar nossos corações pelas memórias registradas na curva do destino.
De repente a imagem foi cortada pela volta ao presente. Um corpo cansado pelos desafios da idade, mas o espírito é forte para continuar seu caminho.
Nós estamos rodeados pelos seres invisíveis que enaltecem os laços da magia transcendental.
Buscar respostas, buscar as lembranças daquele tempo esquecido. A corrida da despedida.
A terra é como grande celeiro que abastece os vivos em suas necessidades.
Estão presos neste lado esperando quem os liberte. Saudades de um mundo difícil.
O homem não se prende pela morte. A morte é uma consequência natural.
Morro todos os dias ao ausentar-me do meu mundo. Daqui para mil anos é como saborear as marcas dos compromissos.
Esta conversa marcou o destino de uma família. Deixaram saudades esquecidas nas lembranças dos que ficaram.
Agora chegou o momento da reparação.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
03.10.2025

Vale dos Deuses 1985