DECADÊNCIA MORAL
Eu não sou muito de meter a colher onde não sou chamado, mas hoje eu não posso deixar de mostrar os autores e atores de um cenário triste.
Ao chegar no caminho que nos leva ao reencontro com os velhos generais que se mantêm no poder pela força da astúcia, eu fui ignorado como um qualquer. Ali eu vi a inverdade sendo cultivada a sete chaves.
Não existe honra onde a violência moral está presente.
Não posso dizer nomes para não testemunhar os desencontros. Esta ordem da nova era é um desafio a ser interpretado como alavanca para reformulação dos espíritos encarnados e desencarnados.
Eram três homens que estavam à frente do destino como se tudo dependesse deles. Não estavam alinhados com Seta Branca. Pareciam não precisar da proteção divina.
Ao chegar em frente ao principal articulador ele me ignorou. Foi como um tapa com luvas de espinhos. Eu senti a dureza do seu coração. Os outros dois ficaram à deriva de suas reações. Um deles até veio tentar mudar o fato da impopularidade do pequeno grupo.
_ Eu não gosto dele! Pra mim que morra! Pode fazer o que quiser, eu não compactuo com as atitudes dele!
O outro saiu de fininho porque depende dele.
A verdade sobre quatro rodas da velha carruagem. Nem os cães ladravam sua passagem. Eram espíritos oportunistas.
Eu vi que mesmo parte de um caminho não se entendem. São somente como folhas secas caídas da grande árvore. Nem para adubo prestam.
Tentaram me atingir moralmente para se manter no poder. Eu não destruo vidas, eu construo amor e respeito.
Na terra, as condições estão cada dia mais perigosas. O cerco está se fechando pela desorientação individual. Quem bate corre para se esconder.
No mundo espiritual tudo é claro como um farol que ilumina as noites escuras. Por isso representamos o farol doutrinário para iluminar nossos corações. Não há escuridão pior onde o espírito habita. É como uma grande caverna. A única luz acesa é a chama branca da vida e ela só acende pela força iniciática. Ela pode ser somente um raio de esperança ou se tornar o sol interior.
O imperialismo caiu por terra. Os velhos imperadores deram lugar ao castigo de suas almas no pelorinho. A cada chibatada um gemido ecoando no deserto lamacento. Vão se afundando como areia movediça. A cada ação seus corpos afundam mais.
Minha mão foi estendida e ficou perdida no vácuo. A ignorância humana está atrelada a guilhotina. A decapitação dos amigos ou inimigos mostra que nada aprendeu sobre a evolução.
Ali se formou um quadro obsessivo. Eu poderia ter chegado no coração. Não se pode sofrer fazendo os demais sofrerem.
Bruto sem alma. Quando um espírito encarnado chega neste estágio de apropriação acaba esquecendo que sua chama pode se apagar. Nada restará para ele no pós morte. Já fez tudo errado nesta convivência.
O desafio dos missionários é palco de conflitos desumanos. Depois cada um deverá se deitar sobre seu leito construído com amor ou com dor.
Este lamaçal é como uma cola que prende quem nele pisa. Sem conhecer o poder da levitação vão descendo pouco a pouco até nada mais restar.
Nossos espíritos podem levitar ou afundar. Tudo depende de quanta terra nosso carrinho puxou.
Entendam bem que seremos hoje o nosso amanhã.
Eu saí de perto. Não posso me contaminar com a falta de disciplina. Nem sempre podemos oferecer as duas faces. Se deixaremos sem resposta estaremos propagando uma situação irreversível.
Eu olhei em seu rosto e sua boca torta sarcasticamente desejando minha morte, vingança e expelindo ódio.
Depois deste reencontro algo deverá mudar no destino incerto. Eu fui por amor, porém o desamor cultivou a barreira da separação.
Velhos tiranos se ornamentando no calabouço do desespero.
Este espelho não tem face. Uma luz negra fazendo ponto. Não há brilho.
Voltei. Nada me impede de viajar. Sou livre como um pássaro que voa pela escuridão sabendo onde pousar. Que nossa mãe Iemanjá nos cubra com seu manto sagrado.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
03.10.2025