CONTERRÂNEO
A vida continua além desta vida.
Fomos visitar, a convite, uma família espiritual. Não sei dizer onde fica, mas era um sítio não muito grande, porém a casa era enorme e antiga. Este senhor, alemão, junto de sua esposa e filhos nos receberam muito bem. No mundo dos espíritos não tem um idioma certo. As muitas reencarnações dão a eles a regalia de falar qualquer idioma. Eles nos entendiam e nós compreendiamos.
Ao chegar foi até um susto para eles porque pensavam que nunca iriamos chegar no mundo deles. Foram muito educados.
Quando eu viajo tenho consciência de onde estou, mas aqui eu já cheguei observando que eles moravam no perímetro urbano de uma cidade. A cidade cresceu em volta, isolando esta parte como uma ilha.
_ Venham! Vou lhes mostrar meu mundo!
Saímos da casa grande e muitas árvores frutíferas carregadas. Ele foi na frente até onde meus olhos viam. Não toquei em nada, em nenhuma fruta. Ao voltar, trouxe em suas mãos algumas que eu nunca tinha visto.
_ Experimente esta fruta!
Exclamou o senhor.
Peguei e dividi ao meio com minha ninfa. Adoramos.
_ Que fruta é essa?
_ Chamamos de néctar dos anjos!
_ Muitos viajantes do espaço descem neste recanto para se alimentarem! Vem justamente por esta fruta que aqui tem em abundância!
Eu olhava e parecia com o jardim do Éden.
_ Este jardim tem algo a ver com o Éden?
Ele sorriu e se calou.
Entendi seu silêncio, mas a curiosidade é algo inexplicável.
Guardei no meu coração.
Muitas vezes a gente se encontra em lugares que não tem explicação. Alguns bons, outros ruins. Para os missionários que juram suas missões a vida é cheia de impactos. Sempre trazem resquícios de seus transportes que chegam a interferir no andamento de suas vidas na terra. É só observarem seu dia se está feliz, triste ou em atenção. Feliz daquele que sabe distinguir a verdade da falsidade.
Assim foi esta visita.
Nosso tempo foi chegando ao fim e a despedida sempre trás emoções de novos contatos. Eu viajo para me conhecer melhor. Sempre que há algum motivo maior levo junto quem tanto amo.
Hoje toco a minha nave com os mesmos propósitos de minha origem. Quem desconhece a sua origem não pode julgar ninguém. Não somos iguais. Cada um é individualizado em sua personalidade.
O casal ficou na porta. Víamos a alegria deles e também a tristeza. Foi uma grande experiência além da fronteira da vida e da morte.
Não podemos sofrer sem conhecer o motivo. Sempre teremos respostas se procurarmos no lugar certo. E eu digo, aqui neste amanhecer temos compreensão dos valores que nos trouxeram para este plano físico.
Não lutem contra suas evoluções. Não fiquem cegos como as mariposas. Olhem para o céu.
Todos querem ver a luz.
Chegamos.
Foi muito interessante esta viagem. Provamos que a vida continua muito além do nosso destino karmico.
Ser feliz é o que importa.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
26.09.2025