PEQUENO PRÍNCIPE
As muitas ausências do físico causam um problema de labirintite.
Eu não posso deixar de viajar. A cada viagem eu descubro os velhos amigos e conterrâneos de uma grande evolução.
Desta vez eu fui conhecer onde mora meu ex padrinho de missão. Muitos espíritos me esperando naquele lugar. Ao chegar fomos muito bem recebidos pela família.
Minha missão é conhecer para estreitar os laços de afinidade. Hoje ele não é mais médium de incorporação e sim doutrinador e adjunto arcano.
Minha ninfa ficou com sua esposa enquanto isso fui conhecer sua chacrinha, o seu mundo.
Chegamos em vários lugares andando e conversando. Teve um lugar maravilhoso que um riacho cortava ao meio uma área. Uma fonte de água jorrava perto e bebemos dela. Saciados fomos seguindo por um carreiro e chegamos em uma casinha mais afastada. Eram jaguares, filhos de Seta Branca.
_ Com vossa licença para passar!
Ao olhar para dentro outros espíritos estavam reunidos e me reconheceram: é o mestre Betezek! Ele está aqui, ele é o escritor das histórias que abastece cada coração com boas energias!
Até fiquei encabulado com estas palavras. Para mim o importante é cumprir com meu compromisso de ensinar o evangelho que foi construído dentro do meu peito. Graças a sacerdotisa que abriu minha mente para as coisas boas.
_ Entre mestre, entre!
Entramos, eu e meu amigo, para descontrair e libertar aquele cenário do grande nevoeiro kármico que prende os espíritos. Quem não paga em vida seu compromisso fica preso no etérico plano até ser chamado para voltar às suas origens.
Este homem, desta casinha, era um antigo ajanã que desencarnou e ficou aguardando sua chamada. Eu não lembrei na hora quem era, mas fui alertado pelo Ypuena que era seu filho.
Demos muitas risadas dos velhos tempos. Foi um reencontro que abasteceu meu coração pelas lembranças dos momentos de descontração que esta doutrina oferece como manjares de gratidão.
Eu olhava pela porta aquele mundo se projetando em minha visão. Minha cabeça física rodava a cada movimento de posição no leito.
A vida nas vidas a se amarem. Muitas injustiças são cometidas quando a terra cobre os olhos dos espíritos. Estamos em fase libertadora e não podemos assumir outras dívidas. Não pensem que por serem jaguares estarão livres das cobranças. Elas serão mais leves pelo conhecimento doutrinário.
Enquanto minha ninfa se distraia com Paula eu corria este mundo para achar meu cantinho.
Estava na hora de voltar. Um silvo percorreu naquele espaço alertando e fomos chamados de volta. Aqui estamos saudando os velhos amigos de outrora. A terra é como um quadro negro que rabiscamos nossos desejos e a cada momento apagamos para refazer o trieiro de uma nova jornada.
Nesta vida todos têm oportunidades de refazer suas jornadas. Use seu apagador para limpar os velhos juramentos e registrem seus novos objetivos. Mas não apaguem tudo de vez. Um espírito sem compromisso não permanece encarnado .
É como uma história com fim. Nós somos uma história sem fim ou sem um final.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
20.09.2025